“UNESCO – 2012”
A Morenada, uma das danças representativas da cultura ocidental da Bolívia. Essa importância se destaca pela ampla difusão da dança e da música em diferentes festas cívicas e padroeiras nas cidades de La Paz, El Alto, Oruro, Sucre, Potosí, Cochabamba e cidades vizinhas.
Sua possível miscigenação sempre inicia o debate entre aqueles que defendem a origem puramente aimará da dança e estudiosos que encontram evidências coloniais e republicanas da notável influência da cultura africana sobre a Morenada.
Esses estudos afirmam que inicialmente a morenada era uma dança de negros ou morenos, introduzida na Bolívia na época colonial, quando os negros eram escravos usados como substitutos dos mitayos (peões que trabalhavam) nas tarefas das minas de Oruro e Potosí.
A Morenada tenta satirizar as danças das cortes do vice-reinado e também esta dança reedita ou reproduz o que era a escravidão dos negros sob o domínio dos espanhóis onde o capataz representa os capatazes que vigiavam os escravos em um sistema de exploração desumana e suas correntes e as algemas nos lembram a batida de seus chocalhos, os pretos representam os servos fiéis dos patrões.
Los Tinkus é uma dança que representa um confronto ritual que ocorre nas cidades de North Potosi e South Oruro, na Bolívia. O significado da palavra Tinku é “encontro” (da palavra quíchua tinkuy, encontrar).
Este ritual ainda é praticado nas comunidades da região denominada Norte Potosí, sendo preservado e transmitido de geração em geração, para promover parte do costume ancestral e do patrimônio cultural.
O tinku é nativo dos Laimes e Jucumanis, localizados ao norte do departamento de Potosí. Neste encontro ritual, que se realiza anualmente denominado Tinku, ocorrem lutas entre homens (mas também entre mulheres e crianças) das comunidades de baixo e de cima. Geralmente as brigas devem ser individuais, mas muitas vezes o consumo excessivo de chicha leva a brigas, que podem causar ferimentos graves e até a morte. É praticado como um rito cerimonial, mesclando-se ao costume, filosofia e religião dos povos indígenas por sua devoção mística.
A dança “diablada” é uma dança típica do departamento de Oruro, e nasce do culto do mal “supay” com o diabo da liturgia católica. Em tempos passados, quando os conquistadores queriam converter os indígenas expurgando seus costumes pagãos, praticavam a catequese do cristianismo.
Representa a luta entre o bem e o mal; entre o Arcanjo São Miguel com as Sete Virtudes, e Lúcifer, com os Sete Pecados Capitais.
Por trás da figura do diabo, você parece esconder conceitos e personagens da religião andina, como o “tio” das minas, um ser sobrenatural, subterrâneo e dono de metais que logo pode conceder grandes riquezas, ou causar a morte em os sumidouros. A colina da mina, por sua vez, está associada à Virgem, em cuja homenagem surgiu a Diablada.
Durante a fase de difusão social desta dança (1900-1950), a tradição “diablada” continuou seu curso junto com outras danças na festa da “Virgen del Socavón”.
Los Caporales tem uma história recente e controversa, cheia de mudanças, adoções e inovações. A entrada do Jesús del Gran Poder foi palco da primeira apresentação pública da dança. Naquela época o guarda-roupa do Caporal era uma combinação que tinha guaracheras cubanas, calça larga no estilo do gaúcho argentino, bota com sinos, chapéu de palha e, nas mãos, chicote e máscara preta.
O caporales é uma dança pós-hispânica, cujas raízes estão ligadas à Saya dos afro-bolivianos que vivem na região de Yungas de La Paz e que os identifica definitivamente como tal.
A dança dos capatazes destaca a demonstração de poder, na qual prevalece um capataz ou capataz, e é quem comanda o grupo, incutindo medo e autoridade com um chicote na mão e sinos nas botas.
Também conhecido como “salay” ou “zapateo” é uma dança do Valhe boliviano. É dançado ao som de “huayños”, ao ritmo dos charangos, homens e mulheres intercalam versos, geralmente cantados em quíchua.
É uma dança de namoro em que o homem, através da dança, consegue criar movimentos graciosos e sapateio, procura conquistar a atração de sua parceira, que finalmente atraído e convencido pelos encantos dispensados, acaba em seus braços.
O nome deriva da palavra que, em muitas ocasiões, se repete como uma ladainha nos huaynos que acompanham a dança.
A ACFBB tem a missão de promover o folclore e diversidade cultural além dos valores religiosos que identificam o povo boliviano com suas tradições e raízes para futuras gerações.
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